sábado, 26 de junho de 2010

Soy loco por ti, Africa.

Copa da África, da África do Sul. A Copa da igualdade e cultura das raças, da vuvuzela, do Mandela. A pioneira do continente africano. A Copa da zebra pastando no inverno gelado. Gelado como não se verá tão breve – e zebras como nunca se viu. A campeã França estava lá e também os fogosos Bafana-Bafana, mas quem levou foram os latino-americanos. Argentina atropelou todo mundo e o Brasil, quase isso. EUA e Chile mandaram bem. Paraguai deixou a poderosa Itália para trás.

Copa do Maradona dando espetáculo, sem o calção, mas de calça comprida e sapatos. Da Jabulani traiçoeira, dos então finalistas precocemente decapitados. Do acesso com a mão, da mão na bola, do golaço com a ajuda do braço. Do Cid Moreira e do Tiago Leifert estraçalhando as fronteiras entre esporte e entretenimento.

A Copa do massacre lusitano na Cidade do Cabo. O Cabañas, provável figura marcante, ficou de fora, baleado. O goleirão da Nigéria não teve time para avançar, mas vai conseguir um empregão, sem demora. Os irmãos Boateng desunidos, ao contrário dos extasiados pai e filho eslovacos. Astros cortados, por lesão, cachaça e até briguinha no meio do caminho. Whites vencedores sem vencer, Brasil sem Ronaldos, e os misteriosos orientais trancafiados. Anfitriões encantados – e frustrados. O retorno da Celeste. A bagunça argentina.

E não é que os senhores da tecnologia e do consumismo aprenderam mesmo a jogar bola? O Zico foi um bom professor. E o Pet não veio, de novo. A Espanha bombante demorou a explodir. Os Canarinhos voando tímidos, sem as asas do Show Man. A muralha de chocolate sucumbiu após quatro anos. Leões e Elefantes domados e aprisionados. A macarronada queimou e a Laranja vem chegando.
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A Copa da África em que a África não vingou, a Europa desapontou, e a América... a América brilhou sete vezes. Forlán, Blanco, Messi, Donovan, Barrios, Lúcio, Sanchez. A voz que ecoa pelo planeta diz em bom castelhano: Soy loco por ti America.

Estamos na metade!

terça-feira, 22 de junho de 2010

ESP 2 x 0 HON – Furiosos novamente!

Enfim, o esquadrão da Fúria mostrou a que veio. O duelo no Ellis Park serviu para assinalar o retorno do envolvente Futebol da seleção que encantou o mundo na última Eurocopa, e a goleada só não pintou por causa de detalhes como o pênalti desperdiçado por David Villa. Apesar disso, o craque, que agora pertence ao Barcelona, foi justamente o herói do triunfo dos ibéricos, com dois golaços e impecável atuação. A Espanha passa a depender apenas do próprio resultado no próximo jogo para passar às oitavas.

Os hondurenhos, que desde sempre aceitaram o papel de carta branca na competição, não ameaçaram em momento algum atrapalhar a festa na Terra das Touradas. Ainda assim, ficará nas mãos dos caribenhos, de certa forma, a definição do Grupo H. Caso sejam massacrados por uma larga diferença de gols pela Suíça no confronto seguinte, dão de presente a eles a primeira posição – e, pelo visto, a decorrente fuga de um embate com o Brasil.

O camisa 7 da Fúria, David Villa, foi o elemento decisivo no confronto. Se tivesse convertido o tiro penal cuja cobrança foi a ele delegada, igualaria-se ao argentino Higuaín na artilharia do certame, com três gols.

CHI 1 x 0 SUI – Furou!

Foi uma tarefa árdua penetrar as redes do bom goleiro Benaglio. Mas o sincronizado Chile, dos endiabrados Valdívia e Sanches, conseguiu chegar lá. Os latinos fizeram mais do que assumir a liderança isolada do grupo e beijar a fase eliminatória. Eles laurearam o Futebol ofensivo, perseguindo incessantemente o gol – o oposto da vertente alpina, que tenta ao máximo conservar o zero no placar.

Os suíços tiveram tempo de consagrar seu mérito pela eficiência defensiva. Mesmo com um a menos na maior parte do duelo, eles quebraram o recorde de impermeabilidade das próprias redes. Foram 558 minutos, desde a Copa da Alemanha, sem passar nada. A pedra era duríssima, mas tanto bateu que furou!

Os chilenos salvaram a sua pele quando acharam o tento de Gonzales, aos 29 da etapa final. Na próxima rodada, eles definem contra a ascendente Espanha. Um empate – que não é fácil missão – garante os andinos no primeiro posto do Grupo H.

Boa parte da culpa pela marca histórica alcançada pela suíça é do goleirão Diego Benaglio. Ele fez boas defesas nas duas primeiras partidas da sua seleção, que ainda tem boas chances de avançar.

POR 7 x 0 CNO – Cá está uma tempestade!

O céu desabou e o frio apertou na tarde de segunda-feira na Cidade do Cabo. Além disso, um verdadeiro dilúvio de gols da seleção lusa. O confronto com a Coreia do Norte, curiosamente, tinha um quê de rivalidade – e também de mágica. No Mundial de 66, os asiáticos venciam por 3 a 0, mas sofreram a virada: 5 a 3. Seria possível outra avalanche de gols, 44 anos mais tarde?

Para segurar a onda dos lusitanos, os norte-coreanos armaram um verdadeiro iceberg na frente da própria baliza. Tanto que, na primeira metade do jogo, somente um golzinho havia vazado. É, mas por onde passou a primeira gota, lá veio uma enxurrada na segunda etapa. Com direito ao fim da estiagem de gols por parte Cristiano Ronaldo com a camisa portuguesa. Demorou dois anos e quase o jogo inteiro, mas, finalmente, choveu na horta do astro.

A goleada praticamente garantiu os gajos na próxima fase. O generoso resultado serviu também para assinar de vez a candidatura de Portugal à sua primeira Taça. Até o dia 11, muita água ainda vai rolar...

Lá longe, na clausura asiática da Coreia do Norte, os torcedores foram, enfim, autorizados a assistir o jogo de sua seleção ao vivo. Na estreia, por exemplo, a transmissão teria que passar, antes, pelo crivo do ditador. Dessa vez, se o chefe tivesse visto a partida previamente, certamente teria evitado que seus súditos tomassem conhecimento do que Cristiano Ronaldo e seus companheiros aprontaram com a seleção local. 

segunda-feira, 21 de junho de 2010

BRA 3 x 1 CMA – Domingo fabuloso!

Cinco dias  foi o tempo que os Samba Boys levaram para dar o prometido show de bola aos amantes da Copa. Quem ainda estava adormecido, tratou de despertar: foram os casos do Príncipe Kaká e de Luís Fabiano, o Fabuloso.

O primeiro deles tanto tentou, correu e se animou que, no fim das contas, caiu na encenação de um adversário entre os Elefantes – e pagou de nervosinho. Por causa de uma agressão simulada, logo o gentleman do esquete brazuca recebeu o vermelho. Antes disso, foi dele a jogada que originou o terceiro tento brasileiro.

Já o Fabuloso resolveu fazer a melhor exibição da sua carreira trajando o manto canarinho. Foram, sem dúvida, dois dos mais fantásticos gols em dez dias de certame. E com direito a malandragem e tudo: até o juizão confessou pro artilheiro que o vira matando a pelota com o braço.

Os pentacampeões afundaram o time do Drogba, voltaram do Soccer City cheios de moral e com o passe para as oitavas já garantido. Agora sim, a nação acredita, de vez, no hexa.

A melhor notícia do dia foi essa: Luís Fabiano desencantou. Após ficar por seis jogos sem balançar a rede, o homem de confiança de Dunga entrou logo para a história das Copas. Seus dois lençóis pra cima dos zagueiros africanos e suas marotas ajeitadas na redonda com o braço dentro da área rival constituíram uma daquelas cenas que, para todo o sempre, serão reproduzidas nos programas esportivos de TV.

ITA 1 x 1 NZE – All White, all right!

Tudo azul para os neozelandeses. Ou melhor, tudo branco e mais do que certo para os representantes da Oceania neste Mundial. Não que a classificação chegue a passar pelas suas cabeças, isso seria demais. É que para um time de futebolistas amadores, o empate diante dos tetracampeões italianos já pagou a passagem para a África. Por isso, atletas e torcedores dos All White... estão todos numa boa.

O time de bancários, professores e, inclusive, jogadores de Futebol, chegou mesmo a experimentar o gostinho da vitória. Logo aos 7 minutos, foram eles que inauguraram o marcador, após – literalmente – o tropeço do zagueirão Canavarro. Pouco depois, de pênalti, a Azurra igualou, mas faltou competência para virar.

A coisa deve estar feia no país da Velha Bota. Os atuais campeões do mundo ainda não venceram. A participação no mata-mata não será comprometida, desde que despachem a Eslováquia no dia 24. O castigo, no entanto, virá nas oitavas, quando sua adversária, ao que tudo indica, vai ser a Holanda – esta, prestes a confirmar a liderança do Grupo E. Para bater a Laranja, aí sim, eles terão que comer muito macarrão...

Este caboclo com marra de galã é o Shane Smeltz. Ele já não precisa fazer mais nada na Copa, depois de ter conseguido deixar o seu nas redes dos tradicionalíssimos italianos.

PAR 2 x 0 EVQ – Puro sangue!

Sem essa de “cavalo paraguaio”. Nossos vizinhos do Cone Sul estão com a bola toda, e têm tudo para abiscoitar a primeira colocação do grupo. Se o empate com os italianos na estreia chegou a parecer muita areia para o caminhãozinho do Paraguai, eles seguiram fazendo bem a lição de casa, e a Eslováquia foi presa fácil para o time guarani.

A partida se desenrolou exatamente conforme a encomenda, e os tentos vieram com naturalidade. Destaque para o meia Vera, autor do gol pioneiro. Do lado de lá, o carequinha Weiss, herdeiro do treinador, passava maus bocados com os seus colegas  além dele, ninguém mais fazia algo que prestasse.

Embora todos sigam com chances na Chave F, o ex-time do ídolo Gamarra é quem está nadando de braçadas. Para ficar com uma vaga, é suficiente o empate diante da Nova Zelândia, na despedida da fase de grupos.

Roque Santa Cruz, craque do Manchester City, foi escalado para formar o trio de atacantes do Paraguai, ladeado por Barrios e Valdez.

sábado, 19 de junho de 2010

DIN 2 x 1 CAM – Fim dramático dos Leões.

Os camaroneses tanto agrediram que a ascensão chegou a parecer próxima. Mas a bola insistiu em subir demais – e, junto com ela, o sonho dos Leões Indomáveis foi mandado para o espaço. Na noite de hoje em Pretória, o mundo viu a primeira seleção do Mundial perder de vista as possibilidades de seguir na disputa.

Depois da pacífica queda para os japoneses na rodada de abertura, Camarões adotou uma postura mais valente em seu segundo compromisso. E o fruto não tardou: logo aos dez minutos, o astro Samuel Eto’o aproveitou o vacilo da defesa rival e fuzilou o barbante. Pouco depois, o exército escandinavo conseguiu equilibrar as forças. Empate no campo de batalha – e a guerra, declarada.

O principal combatente do time de vermelho, Dennis Rommedahl, era quem infernizava os adversários pelo flanco direito da arena. Ele pôs os nórdicos na frente, quando faltava ainda meia hora para o fim. Os africanos abriram fogo até quando puderam, mas a trégua veio com o apito final.

A Dinamarca segue viva, e a África chora, pois sofrem a primeira baixa entre seus guerreiros.

Dennis Rommedahl foi o melhor em campo. Graças a seu empenho, a seleção de Camarões é a primeira exterminada da Copa. O resultado do duelo também garantiu a Holanda na segunda fase.

GAN 1 x 1 AUS – Ninguém leva.

Gana, o mais vivo fio de esperança do Novo Mundo na competição, bem que tentou. As circunstâncias não eram ruins: um australiano fora expulso ainda na metade inicial do duelo. Gyan, o camisa 3 dos africanos, era o mais sedento pelo gol, e teve lá suas oportunidades. Mas, no fim das contas, o empate prevaleceu. O resultado disso foi que até o pessoal da Terra dos Coalas – pisoteados pelos alemães na abertura – chegará à rodada final com a expectativa de ir à fase seguinte. 

O tumulto que envolve os goleiros e a tal Jabulani já virou novela há tempos. No único tento australiano, que teve origem numa cobrança de tiro-livre, a famigerada esférica tratou de debandar dos braços de Kingson, e sobrar, sorridente, para o arrematador verde e amarelo. Não fosse por isso, o batuque africano no Royal Bafokeng seria mais completo.

Os Black Stars, com 4 pontos, ficaram com o topo da tabela do Grupo D. Mas ainda há uma bela razão para o continente anfitrião perder o sono: Gana só garante a vaga se pontuar diante da pedreira alemã na rodada decisiva.

O craque da seleção da Austrália, Harry Kewell, não teve motivos pra sorrir hoje em Rustemburgo. Ele salvou um gol do adversário, em cima da linha, com o braço, e foi para o chuveiro aos 25 minutos iniciais

HOL 1 x 0 JAP – Países nada Baixos.

Pode não ter sido uma exibição de alto nível, mas o fato é que a Laranja subiu na tabela e está praticamente garantida como provável adversária de Itália ou Paraguai nas oitavas. Com o resultado frente ao razoável Japão, os Países Baixos chegaram ao segundo triunfo, façanha exclusiva da Argentina até então.

Disputa mesmo, só na etapa final, após o craque Sneijder acertar o alvo num chute de primeira. Jabulani, a mais perversa figura da Copa desde o dia 11, deu sua contribuição para o golaço, rodopiando na frente do arqueiro de olhos puxados e incapacitando o seu bloqueio. A partir daí, o pessoal do Sol Nascente tentou se agigantar, dando margem para que o placar se tornasse mais numeroso. Mas ficou só nisso.

É bom lembrar que os europeus ainda não puderam escalar seu principal atleta: o vice-campeão da Champions League, Arjen Robben. Quando ele aparecer, certamente a encrenca para os rivais será maior.

De quem foi a culpa? Da pancada do meia Wesley Sneijder? Da malcriada Jabulani? Ou será que foi este japa que não abriu direito o olho?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

ING 0 x 0 AGL – Deu branco.

O uniforme não é a única coisa que a seleção inglesa tem de branquinho. A exibição do time, no dia em que o treinador Fabio Capello completou 64 anos, foi sem brilho e cor alguma. O zero a zero foi o único desenlace possível para o jogo opaco que deixou um pouco mais obscuro o caminho da Inglaterra.

O aniversariante bem que tentou mudar o desenho da peleja, encaixando o ligeiro Wright-Phillips e os matadores Defoe e Crouch, mas eles pouco acrescentaram. Enquanto isso, a nuvem negra que persegue os discípulos da rainha insiste em ofuscar os astros Rooney, Lampard e Ashley Cole, que, mais uma vez, passaram em branco.

Quem chega à última rodada na liderança do Grupo C é a Eslovênia, listradinha de preto e branco – a cor da zebra. Contudo, seus oponentes são justamente os ingleses, que só dependem da própria vitória para colorir novamente o céu de Londres.

O falha bizarra do goleiro Green na estreia custou caro para o frangueiro. Ele não foi absolvido pelo técnico e perdeu seu posto debaixo dos três paus. Este da foto é o substituto James, que, prestes a completar os 40 anos de idade, não foi exigido na partida de hoje.

EUA 2 x 2 ESL – Mais uma reação.

Tudo ia sucedendo às avessas pelo Grupo C. Depois de os americanos arrancarem a equidade contra a suprema Inglaterra na abertura, hoje eram eles os surpreendidos pela desconhecida Eslovênia – que seria espantosamente a primeira do Mundial a se garantir nas oitavas, graças a um golzinho ingrato na Argélia e à vantagem de dois aberta frente aos ianques.

Mas o que estava de ponta-cabeça começou a se ajustar quando o rei do Los Angeles Galaxy, Landon Donovan, acertou um petardo a queima-roupa, e diminuiu. Enquanto os americanos cresciam na partida, a Eslovênia se segurava com sua bolinha meia-boca. Numa jogada do eficiente Altidore, a pelota sobrou para o careca Bradley igualar, enchendo de orgulho e alívio o seu papai Bob, técnico da seleção. O Tio Sam voltou a respirar e a disputa está aberta.

Os favoritos ingleses devem se garantir nos dois próximos embates. A tendência é que os EUA despachem a medíocre Argélia e também passem. Mas, como já se percebeu, é bom não botar a mão no fogo...

O meia Maurice Edu chegou a converter o gol da virada para os norte-americanos. Mas o árbitro malaio Koman Coulibahly, por motivo até agora desconhecido, anulou o tento e acabou com a festa do negão.

SER 1 x 0 ALE – Sinal vermelho!

O sinal fechou para a mais embalada entre as seleções do Mundial. A arrasadora Alemanha da estreia foi freada pelos surpreendentes e vermelhos sérvios neste oitavo dia de Copa, em Port Elizabeth. Rubro também foi a cor do cartão recebido injustamente pelo matador germânico Klose, ainda na primeira etapa – foi quando os bávaros começaram a desengrenar.

Instantes após a expulsão do terceiro maior artilheiro da história das Copas, os antigos iugoslavos pifaram de vez o motor alemão. Bola alçada na área, na cabeça do grotesco Zigic. Lá do terceiro andar, o gigante de 2,02 metros de altura escorou para Jovanovic, que guardou. E a Sérvia larga na frente.

A exemplo do que fizera um colega contra Gana, o bom zagueiro Vidic cortou um lançamento usando a mão, na sua área, clareando novamente a pista para os alemães. Podolski bateu no canto direito, justamente para onde já havia caído o guarda-redes Stojkovic.

Com a baixa, a Alemanha estacionou nos três pontinhos. E a garotada já sacou que se houver outro acidente de percurso como esse, eles botam o pé na estrada, de volta para a Europa.

O goleirão Stojkovic vai guardar para sempre a luva usada no jogo de hoje. Foi em suas palmas que a chance de classificação da Sérvia ressuscitou. Eles estão mais vivos do que nunca, depois que bateram os bichos-papões alemães. 

quinta-feira, 17 de junho de 2010

MEX 2 x 0 FRA – O castigo veio.

Os franceses são, de longe, a seleção mais antipática desta Copa, uma vez que os amantes do esporte ainda não a perdoaram pelo passaporte irregular para o Mundial. Mas o mundo da bola girou e a malandragem dessa vez foi de Barrera, atacante mexicano que simulou a penalidade que pode ter decretado o último suspiro da atual vice-campeã. O teatro de hoje não chega aos pés do protagonizado por Henry e sua mãozinha providencial – mas o fato é que, certamente, ninguém no planeta ficou com peninha dos Bleus.

Fora isso, os Muchachos bateram um bolão de encher os olhos. Fizeram tudo aquilo que o torcedor gosta de ver: buscaram o gol, foram ousados e criativos. O primogênito Blanco pode já não ter fôlego para correr, mas o fato é que, pela segunda vez, ele pisou a relva e mudou o rumo da partida. O vovô do time ainda foi contemplado com a cobrança do penal, – com o requinte de quem sabe que é o dono do pedaço – fechando a conta.

Depois dessa, pode se dizer que o estilo caliente dos Mexicanos provavelmente vai marcar presença na próxima fase. Bom pra todos os apreciadores de Futebol – e de uma boa pimenta.  

O veterano Cuauhtémoc Blanco já poderia ter se aposentado. Antes porém, ele veio dar uma forcinha para os chapeludos, e, de quebra, tornou-se o primeiro mexicano a marcar em três Copas do Mundo.

GRE 2 x 1 NIG – Águias se complicam.

A Nigéria ia bem; perdeu só de 1 no primeiro jogo e batia os frágeis gregos com certa tranquilidade. Mas ainda no primeiro tempo a casa verde começou a cair, quando o nigeriano Kaita, flagrado tentando agredir o adversário, foi premiado com o vermelhinho.

Depois de uma soneca milenar, os Helênicos enfim despertaram e partiram pra cima. E se do lado de cá não havia nenhum Deus Grego para mudar a história, coube a um modesto avançado do Panathinaikos a tarefa de assinalar o épico primeiro gol do país em Mundiais. O nome da fera: Salpingidis.

Como o empate não agradava a gregos, nem a nigerianos, as equipes se arriscaram e o duelo esquentou. O arqueiro Enyeama, ícone da Copa, bem que segurou várias investidas dos guerreiros medievais, com bloqueios dignos de monumento. Contudo, até ele foi traído pela serelepe Jabulani. E assim os olímpicos chegaram à virada, a 20 minutos do fim.

A tabela do Grupo B ficou interessante. A Grécia deve cair diante da toda poderosa Argentina no jogo derradeiro. Se a Nigéria vencer a Coreia, os três coadjuvantes terminam com 3 pontos. Nesse caso, os africanos é que avançam, porque suas derrotas magras os deixam em vantagem no saldo de gols.

O time pode até não ir muito longe, mas esse sujeito chamado Salpingidis já registrou seu estranho nome na mitológica biografia grega. O gol pioneiro da Grécia, em sua segunda Copa, foi dele.

ARG 4 x 1 COR – Hoje tem churrasco!

Já que o folclórico ídolo e treinador argentino Diego Maradona liberou, entre outros entretenimentos, bebida alcoólica e churrasco para seus pupilos, esta noite os cabeludos devem cair na esbórnia. Os hermanos, que esbarraram no muro nigeriano na primeira peleja, hoje não tomaram conhecimento dos sul-coreanos.

Lionel Messi, maior celebridade da trupe, embora não tenha desapontado, tampouco foi o elemento capital da goleada. Esse papel coube ao centroavante Higuaín. Em meio aos poderosos fuzileiros latinos, ele é o que andava mais desacreditado – mas hoje virou manchete, com seu hat-trick.

Enquanto os avançados platenses exibem um Futebol de primeira, a respectiva zaga ainda é carne de pescoço. Um cochilo do beque Demichelis originou o gol de honra dos asiáticos.

Por isso, se El Pibe Maradona não acertar no tempero, a brasa argentina vai acabar virando fumaça.

Gonzalo Higuain, que faz parte da segunda leva recente de galácticos do Real Madrid, levantou com o pé direito neste 17 de junho. Seus três gols oportunistas deixaram os hermanos em situação bem tranquila no certame.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

URU 3 x 0 AFS – Encanto quebrado.

O castelinho de areia de Parreira e seus enérgicos Bafana-Bafana está praticamente desmoronado. Depois da boa estreia, quando a vitória escapou por um fio, a calorosa seleção anfitriã levou um banho de água gelada da Celeste Olímpica, em seu segundo compromisso na Copa. Na noite de Pretória, nada de dancinha na casa do Kaiser Chiefs – e os sul-africanos agora dependem de um milagre para jogar o mata-mata.

A batalha começou equilibrada, mas o loirinho Forlán, astro do Atlético de Madrid, melou a festa na selva africana ao acertar em cheio um arremate de fora da área. O time verde e amarelo seguiu vivo, mas só até o momento em que Khune, o goleirão, cometeu pênalti e recebeu o vermelho – tiro fulminante de Forlán, e vantagem ampliada.

A inocência dos africanos ainda consentiu o terceiro tento dos bicampeões, no finalzinho. Agora, é Parreira quem terá de rebolar para que o molejo dos Bafana-Bafana não chegue ao fim precocemente.

O atacante Diego Forlán enfim fez jus à condição de principal nome da equipe. Seus dois gols apagaram o fogo dos sul-africanos, e deixaram o Uruguai bem perto das oitavas-de-final.

Tem cerveja, sim senhor!

A primeira rodada passou voando, e deixou no ar um rastro de surpresa e expectativas. A bola Jabulani roubou a cena, complicando a vida tanto dos arrematadores quanto dos homens de luvas. Assim sendo, o baixo índice de bola nas redes contrastou com o saliente quantitativo de falhas dos goleiros.

A seleção anfitriã, sensação da Copa, não venceu, mas encheu os olhos dos fãs de Futebol, pelo entusiasmo com que trataram a esférica. Argentinos, holandeses e alemães saíram na ofensiva, enquanto brasileiros, italianos e suíços ostentaram o poderio de seus homens de contenção.

Na Copa em que todos os africanos jogam em casa, somente Gana conseguiu os três pontinhos para a Terra dos Rinocerontes. A Espanha, tida como o melhor esquadrão do planeta, decepcionou. Cristiano Ronaldo, Kaká, Ribery e Rooney ainda não desencantaram. E muita bola ainda vai rolar na Copa do frio.

No fim das contas, quem entrou com pinta de campeão foi só a Alemanha. Ainda é muito cedo, mas, por enquanto, parece que vai ter cervejada no dia 11 de julho.

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O Instituto Data FWC® concluiu uma pesquisa relâmpago para eleger os craques da Copa da África do Sul nesta primeira jornada. Especialistas oriundos dos 32 países participantes foram consultados, imediatamente após o desfecho do último duelo do Grupo H.

Veja só no que deu:


SUI 1 x 0 ESP – Logo eles...!

Se a zebra ainda não tinha pastado na grama da África do Sul, ela esperou até o jogo derradeiro da primeira rodada para dar as caras – e logo contra os queridinhos da Copa. A Fúria e sua legião de craques não teve gás para romper o paredão da rapaziada dos Alpes. Como se isso não bastasse, os suíços ainda acharam um golzinho chorado, depois que o gélido arqueiro Diego Benaglio jogou a pelota lá na frente, cortando caminho para as redes do aclamado Casillas. No mais, eles se fecharam e provaram que, no Futebol, retranca ganha jogo sim.

A partir dos 20 minutos finais, o desespero dos ibéricos deixou a partida apimentada e cada vez mais imprevisível – do jeito que o espectador gosta. Com o jogo aberto, os suíços quase chegaram lá mais uma vez, numa espetacular penetração do infante Derdyiok.

O Grupo H tem tudo para ser o mais embolado. Isso porque o Chile bateu um bolão e vai brigar pela liderança. Já os espanhóis, dificilmente vão morrer na praia. Mas quem brilhou mesmo foi a Suíça.

O avançado Derdyiok, que só tem 22 anos, protagonizou um dos lances mais geniais do Mundial. Na entrada da área rival, ele debochou dos badalados beques espanhóis, que ficaram no chão, deu um tapa na bola com a parte externa do pé e carimbou a trave. E olha que o forte dos Suíços é a defesa: desde o início da Copa passada, eles não deixam vazar nada.

CHI 1 x 0 HON – Perigo à vista!

O ponderado placar não condisse com a superioridade dos andinos no embate que inaugurou o Grupo H – do qual sairá o concorrente do Brasil na próxima fase. O exército montado por El Loco Bielsa – o mesmo comandante que em 2002 naufragou com a Argentina na Copa da Ásia – é composto de jogadores leves e velozes, e poderia ter goleado a ingênua Honduras.

O domínio dos chilenos foi um dos mais absolutos de até então. O pessoal do Caribe correu, mas, Jabulani mesmo, só nos pés do time de vermelho. El Mago Valdívia, Sanchez e Beausejour foram os protagonistas do fim do tabu dos sul-americanos. Desde a Copa de 62 eles não triunfavam.  

Se o roteiro se desenrolar sem surpresas, Brasil e Chile poderão fazer nas oitavas o primeiro duelo de vizinhos do Cone Sul. Pelo que se viu na primeira chance das duas seleções, trata-se de um sério perigo para a sobrevida do País do Futebol...

Alexis Sanchez, que veste a camisa da italiana Udinese, é o perigoso ponta-direita do Chile. A posição que, pelo jeito, foi resgatada pelo técnico argentino Marcelo Bielsa, é o ponto forte da equipe. Eles tiveram um dos mais animadores desempenhos até agora.

terça-feira, 15 de junho de 2010

BRA 2 x 1 CNO – Sem inspiração.

Quem esperava um chocolate dos pentacampeões vai ficar de barriga vazia pelo menos até o próximo dia 20. Os mais pessimistas podem até ter faturado uma grana em algum bolão pelo país, mas, além destes, ninguém aplaudiu a pouca ousadia dos tão aguardados Samba Boys.

Robinho bem que pedalou. Mas seus caóticos companheiros, do meio pra frente,  não empolgaram os bilhões de espectadores do segundo confronto do Grupo G. Vitória magra – e nada convincente. Os norte-coreanos, por sua vez, não poderiam almejar resultado melhor. E se, como se diz por aí, hoje em dia já não existem mais “bobos” no Futebol mundial, os misteriosos orientais mostraram-se bem astutos.

De proveitoso, deu pra tirar a sagaz atuação dos defensores e laterais tupiniquins, além da perseverança do Rei das Pedaladas: o que não será suficiente para estar vivo até o último dia da Copa.

Robinho provou mais uma vez que reencontrou a alegria em jogar. Com Kaká apagado, ele assumiu a responsabilidade pelo sucesso da equipe. Suas investidas até mereciam ser premiadas com um golzinho. Mas ficou para a próxima.

POR 0 x 0 CMA – Só os brasileiros gostam.

Se a lógica diz que o Brasil vai ganhar de todo mundo e a Coreia será o saco de pancadas da moçada, a abertura do Grupo G já seria uma verdadeira final para Portugal e Costa do Marfim. O despretensioso zero a zero, no entanto, manteve as duas nações em pé de igualdade e clareou o caminho da liderança para a seleção canarinho. Conforme o andar da carruagem de Dunga nos dois primeiros duelos, os brasileiros podem enfrentar os seus descobridores precisando só de um empate para ficar com a ponta.

Os africanos começaram sem seu mais glamuroso atleta, o parrudo Drogba. O restante da turma dos Elefantes jogou bem, mas não representou perigo à meta dos gajos. O astro lusitano, Cristiano Ronaldo, também não aprontou. Apesar do jejum de gols, ficou a impressão de que ambos os oponentes teriam um futuro promissor no Mundial. Pena que um deles vai abandonar o navio mais cedo...

Se Didier Drogba, um dos principais atacantes da Premier League, estivesse em campo desde o início, a história poderia ter mudado a favor dos marfinenses. Mas ele fraturou o cotovelo num amistoso de sua seleção no início do mês e ainda se recupera – para sorte dos comedores de bacalhau.

NZE 1 x 1 EVQ – Até que deu pro gasto.

Por mais incrível que pudesse parecer, o jogo que fechou a primeira rodada no Grupo F foi bastante movimentado – pelo menos em comparação com a maioria das estreias nessa Copa. A duas seleções deixaram de lado o papel de coadjuvantes e, buscando passar algumas madrugadas na liderança do grupo, construíram um empate com gols quase iguais. Até a fosca Nova Zelândia, que caiu de paraquedas no Mundial, criou suas chancezinhas e conseguiu deixar sua marca no solo africano.

A Eslováquia, como o esperado, esteve mais à vontade e dominou a partida. Mas como não liquidaram a fatura, acabaram deixando escapar os três pontos, no último lance.

O rapaz que converteu para os representantes da Oceania ficou tão eufórico que comemorou tirando a camisa, na fria tarde de hoje em Rustemburgo. Contudo, a equidade no placar coloca as duas seleções muito longe da classificação. Na sequência, elas devem sofrer nas mãos de Itália e Paraguai.

Vladimir Weiss, este jovial cidadão eslovaco, devia estar sentindo-se em casa. Depois de 90 minutos em campo, ele foi substituído por ordem do seu pai, o treinador, que tem o mesmo nome. Vladimir “pai” já deve ter passado pela mesma situação, pois foi comandado por seu respectivo progenitor na seleção local. E este se chamava... Vladimir Weiss.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ITA 1 x 1 PAR – Alguma surpresa?

A atual campeã e eterna cabeça de chave Itália quase saiu derrotada na sua partida de estreia. Se os atacantes – que historicamente não são o forte da Azurra – não conseguiram botar a bola pra dentro, coube ao meia De Rossi encontrar um golzinho numa jogada de escanteio. Antes disso, ele já se destacava como o mais aceso do time.

O tropeço dos tetracampeões não chega a ser surpreendente. Desde a Copa de 90, quando jogaram em casa, eles não obtêm os 100% de aproveitamento na primeira fase. Em 94, por muito pouco não ficaram pelo caminho. Foram os terceiros no grupo e, mesmo aos trancos e barrancos, avançaram até a finalíssima.

Os paraguaios vêm de bons resultados recentes e já almejam beliscar o primeiro posto da chave. Isso pode significar o precoce encontro de gigantes entre Itália e Holanda, já nas oitavas.

O Paraguai perdeu grande parte de seu poder de fogo devido à ausência do atacante Salvador Cabañas no Mundial. O carrasco da Seleção Brasileira nas Eliminatórias e de Flamengo e Santos na Libertadores de 2008 foi baleado na cabeça, no início deste ano, e não há previsão de sua volta aos gramados.

JAP 1 x 0 CAM – Saudades de Milão...

O sujeito mais famoso desta partida, o camaronês Samuel Eto’o, deve estar morrendo de saudades dos seus companheiros do Inter de Milão. A última temporada do esquete milanês foi absolutamente perfeita. Com a camisa azul, Eto’o não perdeu nada do que disputou, fazendo gol de tudo quanto foi jeito.

Mas nesta Copa as coisas não andam bem e os Leões Indomáveis vão voltar pra casa antes do fim do mês. Na batalha de estreia, todo mundo correu bastante, mas faltou categoria de ambos os lados. O gol da vitória, por sua vez, saiu graças a uma assistência fenomenal do japa Matsui.

Enfim, os orientais seguem bem na briga, mas terão que comer muito sushi para desbancar os dinamarqueses e ficar com a segunda vaga.

Este cabeludinho chama-se Ekotto, e é o lateral esquerdo dos Camarões. Um dos mais lúcidos em campo, ele foi o combustível da sua equipe. Apesar dos lampejos da fera, os africanos não seguraram a onda dos samurais e dificilmente conseguirão pontuar na competição.

HOL 2 x 0 DIN – O recado está dado.

No duelo europeu que abriu o Grupo E, nenhuma surpresa. Os dois times entraram ofensivos – o que fez valer a pena ter acordado cedo nesta primeira segunda-feira da Copa. E como tem sido corriqueiro no Mundial de 2010, uma falha grotesca da defesa definiu o dono dos três pontos.

Na tentativa de cortar um cruzamento, o ala nórdico Simon Poulsen converteu contra o próprio patrimônio. Até este momento, as melhores chances haviam sido da Dinamarca. Com a vantagem no marcador, a Laranja teve tranquilidade para ampliar, e por pouco não guardou o terceiro.

Se a Holanda, que foi à Copa vencendo todas nas Eliminatórias do velho continente, vai confirmar a liderança do grupo, o bom futebol dinamarquês tem tudo para passar como o segundo colocado.

Não chega a amedrontar, mas a Holanda, de novo, vai longe.

O avançado Elia, que entrou na etapa final, é uma das principais armas da Laranja. Veloz e bom driblador, foi ele quem acertou a trave, no lance em cujo rebote saiu o segundo tento da peleja.

domingo, 13 de junho de 2010

ALE 4 x 0 AUS – Um verdadeiro massacre.

Que os branquelos são sempre candidatos, todo mundo sabe. Mas depois desta estreia, eles são mais favoritos do que nunca. A molecada da Terra da Cerveja não deu a mínima trégua para os australianos durante a terceira noite de competição, na cidade de Durban. Desde os primeiros minutos, os vencedores ditaram o tom da partida. Ainda que o placar tivesse sido mais discreto, a autoridade dos germânicos seria incontestável.

A polêmica bola Jabulani, que tem dificultado a pontaria dos atletas desde o primeiro jogo da Copa, parece já ser bastante familiar para os artilheiros alemães. Eles calibraram os pés e castigaram o arqueiro Schwarzer, que não teve culpa pela goleada. No show de bola dos europeus, destaque para o centroavante Miroslav Klose, que chegou ao seu 11° gol em mundiais. O brasileiro Cacau, que o substituiu, também deixou o dele. Será que pintou o tetra?

O garoto Mesut Ozil, de 21 anos, comandou a articulação alemã e foi um dos melhores em campo. Várias peças deste elenco eram praticamente bebês quando a Alemanha levantou o caneco pela última vez, em 1990.

GAN 1 x 0 SER – A dança da vitória!

O que a torcida africana já vem fazendo, há muito tempo, é dançar sem parar. A diferença é que hoje eles tiveram, entre as quatro linhas, uma boa razão para bailar. Depois dos fiascos de Argélia e Nigéria e do animado empate da África do Sul, Gana abocanhou a primeira vitória para o continente.

Embora os africanos tenham sido mais aguerridos, tudo caminhava para um patético 0 a 0. Os dois times só acordaram nos 15 minutos finais da partida, com os europeus pressionando primeiro. Mas foi justamente um sérvio que tratou de entoar o som dos dançarinos africanos, quando cortou com a mão uma bola alçada na sua área. Gyan bateu com potência e converteu a primeira penalidade na Copa.

Mais uma vez, a disputa foi definida por um erro ingênuo do time derrotado. E a mão boba do defensor da Sérvia pode ter encurtado a permanência de sua seleção no Mundial, pois buscar a recuperação contra Austrália e Alemanha parece ser uma missão complicada.

Depois que Kuzmanovic chutou o balde e cometeu o pênalti, Gyan Asamoah comandou a coreografia dos ganeses, próximo à bandeira de escanteio. Gana larga na frente na disputa por uma vaga nas oitavas.

ESL 1 x 0 AGL – Cocoricó!

Certa vez, o caricato locutor Sílvio Luís, surpreendido por um “frango” engolido por um goleiro qualquer, soltou essa: “Ih! Cocoricó!”. O velho, hoje em dia, não deve mais narrar competições importantes como a Copa, mas certamente teria em seu vasto repertório uma pérola para anunciar a infeliz postura do arqueiro argelino Chaouchi, que deu de presente a primeira vitória à Eslovênia na história dos Mundiais.

E se não há nenhum músico ou inventor famoso da Eslovênia, a maioria dos espectadores do planeta iria provavelmente começar e terminar a manhã sem conhecer nenhum cidadão daquele país – não fosse pelo chute sortudo do meia Koren, que deixou os europeus na liderança do Grupo C. O jogo dos azarões quase nada teve de interessante e os lances mais maneiros brotaram de saídas erradas dos zagueiros.

O camisa 9 da seleção africana saiu do banco de reservas para em poucos minutos ser expulso, por causa de um lance infantil. Azar e tristeza do treinador da Argélia, que, de cabeça branca, bigode e bonezinho, lembrava um típico vendedor de cachorro-quente, desses de barraquinha. Ele já pode começar a arrumar as malas.

Pelo jeito, não significará nada: mas a Eslovênia pulou na frente.

Este malandro, que hoje ostentava um penteado moicano, entrou na segunda etapa da partida. Em sua primeira participação, segurou um adversário e foi advertido com o cartão amarelo. Pouco depois, ele amorteceu um lançamento com a mão, sem cerimônia alguma, e foi para o chuveiro. Ghezzal é o primeiro grande lambão da Copa.

sábado, 12 de junho de 2010

ING 1 x 1 EUA – Os ianques se seguram.

Os ingleses bem que mereceram – faltou guardar mais um para confirmar o favoritismo. Mesmo assim, foi a melhor apresentação de uma seleção até agora. Wright-Phillips, Lampard, Rooney, Lennon e Johnson trocaram inúmeros passes e frequentaram bastante a intermediária rival. O gol de Gerrard, logo no ínício, anunciou o presságio da festa na Terra da Rainha. Mas o pontinho dos americanos foi assegurado graças a uma ridícula falha do goleiro Green. Na meta oposta, o arqueiro do time do Tio Sam não comprometeu quando exigido.

O gigantesco Peter Crouch, como de praxe, foi lançado pelo treinador Fabio Capello, que tentava achar o gol em uma jogada aérea. Mas já era tarde. Os Estados Unidos se fecharam e comemoraram o empate.

A situação agora é essa: quem alargar mais o placar contra Argélia e Eslovênia evita o provável confronto com a Alemanha na próxima fase.

Já que o gol de desempate não saía, o desengonçado Peter Crouch, que mede 2,01 metros de altura, entrou no segundo tempo. Ele até recebeu alguns lançamentos, mas não foi capaz de decidir o jogo. Na Copa de 2006, Crouch deixou o seu na vitória de 2 a 0 sobre a Costa Rica.

ARG 1 x 0 NIG - Hermanos sem sossego.

O desempenho dos nigerianos foi a variável decisiva no duelo de estreia contra os Hermanos. Isso porque o placar foi configurado graças à heróica atuação do goleiro Vicent Enyeama – e também à incompetência da artilharia africana.

Os argentinos demonstraram o que todos sabiam: do meio pra frente, trata-se de uma máquina – talentosos e sincronizados, com o melhor do mundo, Lionel Messi, de maestro. Além dele, são pelo menos mais quatro articuladores ofensivos de muita qualidade. No entanto, sua defesa visivelmente desconexa mostrou que pode decidir a Copa a favor dos adversários. Os sul-americanos, que começaram fulminantes, desenhando uma provável goleada, acabaram tendo que botar um zagueiro pra segurar o resultado – e terminaram o jogo catimbando.

No fim das contas, uma vitória delgada graças a um gol ilegal foi o desfecho de um jogo no qual tudo poderia ter acontecido. A Argentina mostrou que é forte, mas que, sem muito segredo, pode ser derrubada.

Um gigante, sobre pernas-de-pau.

O primeiro atleta a ter grande destaque no Mundial foi o goleiro nigeriano Vicent Enyeama. Se não fosse por ele, a Nigéria certamente teria sofrido uma goleada, o que complicaria sua candidatura à segunda vaga do Grupo B.

COR 2 x 0 GRE - Olhos abertos neles!

A hierarquia na Copa é mais do que bem definida: e historicamente, as zebras não têm vez. Mas a Coreia do Sul impôs hoje um Futebol de gente grande pra cima dos gregos, no primeiro duelo entre zebras deste Mundial. Faltou caprichar mais no passe final e no arremate, mas correria não faltou.

Se tem dias em que a bola não entra de jeito nenhum, hoje ela não relutou muito. Vitória tranquila e meio caminho andado para ficar com a segunda vaga do grupo. E dá pra dizer que os orientais não devem ser presas fáceis para os adversários do Grupo A, nas oitavas. É preciso abrir o olho.

O principal astro sul-coreano, Park Ji Sung, que atua no Manchester United, não chegou a brilhar na primeira partida de sua seleção. Mas o conjunto dos asiáticos, organizado e objetivo, mostrou que pode voltar a surpreender. Em 2002 eles foram os quartos colocados no Mundial.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

URU 0 x 0 FRA - Sem sal!

Os alto-falantes do Green Point Stadium anunciaram a entrada de Thierry Henry, lá pela metade do segundo tempo, e esse constituiu o momento de maior empolgação da partida. Dessa vez, nem ele foi capaz de dar uma "mãozinha" pra tirar o zero do placar. As esperanças Ribery e Forlán tiveram apenas lampejos: esporádicos, aqueles inevitáveis de quando o craque tem a bola dominada.

Na verdade, a noite de inverno na Terra dos Leões só aqueceu mesmo quando o esquentado Lugano foi tirado do sério, por causa de um colega atropelado em campo. O botafoguense Loco Abreu entrou, e bem poderia protagonizar uma daquelas cenas que seriam reproduzidas na TV eternamente. Mas ninguém se lembrou de levantar a bola pra ele. Compondo a barreira num tiro direto do oponente, ele decolou pela única vez.

No finzinho, um defensor da Celeste chegou a desviar com o braço (colado ao corpo) uma bola investida, dentro dos limites da grande área. Lá veio o Henry pedir a marcação do pênalti.

Faltou alguém retrucar: Logo você, Henry...? 

A França chegou à Copa da África graças a uma malandragem de Thierry Henry. Ele dominou a bola com a mão, de modo escancarado, e deu a assistência para o gol da classificação, no confronto derradeiro da repescagem europeia. A vítima foi a Irlanda. 

AFS 1 x 1 MEX - Kick-off!

No Futebol é assim mesmo. Tudo pode mudar em um segundo. E o jogo de abertura da Copa foi daqueles em que os segundos foram poucos para o torcedor que gosta de curtir uma boa disputa. Antes de pisar a grama, os atletas anfitriões cantavam e dançavam no corredor que dá acesso ao campo. Chegava a ser fascinante. Na Copa os estádios ficam impecavelmente bonitos, seja onde for – até no bairro africano onde os negros desprezados tinham que viver, no tão recente e primitivo regime do Apartheid.

Com a pelota rolando, os Bafana-Bafana entraram tímidos e foram dominados pelos clássicos Astecas. Falando nisso, é preciso anotar este nome: Giovani dos Santos. Só faltou bater o escanteio e correr pra cabecear. Tem realmente o chamado DNA brasileiro. Seus trejeitos lembram um pouco o Show Man. Pelo menos o cabelo é parecido.

Se alegria, vontade e vuvuzelas ganham jogo, isso quase aconteceu hoje no Soccer City. O time de Parreira cresceu no jogo e por pouco não levou. Coisa de detalhes, uma bobeada da zaga, um segundo de descuido. Gol anulado, pênalti não marcado, bola na trave aos 44 do segundo tempo, veterano entrando pra tentar resolver. Tudo isso teve. Pra completar, o autor do primeiro gol do Mundial tem o mesmo nome de um antigo prostíbulo de Monlevade. 

Um cartão de visita e tanto!

Filho de pai brasileiro, o camisa 17 do México, Giovani dos Santos,  foi quem mandou na primeira etapa da partida. Mas não foi capaz de romper a barreira africana.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Um dia em Saturno

Os Black Eyed Peas agora mesmo foram desfrutar do repouso dos hip-hoppers justos e enquanto isso as criancinhas saturninas despertam, preguiçosas de ir à aula. Hoje é um dia especial no planeta. Tanto que deram um jeito de pintar os anéis. Olhando de longe, fica tudo verde-limão, mas na verdade são de várias cores.

Pela manhã, os nativos mais fervorosos vão faltar ao trabalho. Por ali as normas são mais brandas. Antes que o Sol cruze o meridiano do céu de Saturno, 48 duelos esportivos passarão na TV aberta. A transmissão não é das melhores e o sinal chega até com certo atraso. Nada surpreendente, uma vez que os receptores estão há mais de um bilhão de quilômetros de distância do evento.

- - -

Aqui na Terra, as coisas acontecem mais lentamente. Tão devagar que na maioria das vezes ficam perdidas em algum lugar da memória, perdem a significância e sossegam nos trilhos do acaso. Há alguns dias saturninos atrás, um jovem universitário tomava cerveja, como os alemães. Achava que a vida era uma festa, simplesmente porque ela, realmente... era. Mais alguns giros contrários na ampulheta do Espaço, e um adolescente, que almejava ser doidão, achava o máximo que o país todo acordasse de madrugada. Outro peteleco, no mesmo sentido, e um ex-menino, com o nariz meio quebrado, experimentava suas primeiras sequencias de beijo na boca, e não se conformava ao ver o Ronaldinho apático na Terra dos Perfumes. Tampouco pelo Emerson usar a 11...

Em Saturno, ao final do dia, muitos ainda se lembrarão de que a Espanha era o provável bicho-papão: por ali sim havia muitos craques. “Quase nos enganaram!” – dirão os verdinhos. Outros ainda apostariam que, se o Ballack estivesse lá, teria sido diferente. Os mais carinhosos lamentarão porque os Bafana-Bafana não voltaram após o horário de almoço. E, se assim permitirem os deuses do Futebol e do Sistema Solar, pouquíssimos vão se recordar de que na trupe do Dunga havia excessivos meias de contenção. No horário nobre da radiodifusão de Saturno, o Maradona não vai ficar nu, em tempo real.

O dia está só começando, e vai ser longo. Ao cair da noite – em Saturno e simultaneamente na Terra – tem balada, comemoração. Passa tão rápido que a gente nem percebe.

Tenham todos um bom dia!

Ser campeão da Copa do Mundo. 
Um dia em Saturno.
Pra criança que não sabe contar,
vai levar um tempão.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Que time é teu? - Parte V

Sensação das temporadas de 2002 e 2010, as duas gerações dos “Meninos da Vila” compõem a base do time mais marcante na memória do santista Diego Mendes, de 20 anos. Léo e Robinho, que estiveram na primeira edição, oito anos depois estão de volta - nem tão “meninos” mais. O estudante de jornalismo destacou a não inclusão de um dos maiores ídolos da história recente do clube, o meia Giovanni. “Não me lembro dele no Santos, eu era muito novo, senão ele estaria aí”. Nesta escalação, Elano também não teve vez. Diego e Ganso na ligação, certamente, dariam conta do recado.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dez minutos ou dois gols

Mão na bola não pode, bola na rede é gol, rede sem teia? – pode. Nem precisa de rede. Não carece nem trave. As regras do Futebol são apenas dezessete, e por isso mesmo há tantas controvérsias durante uma única peleja. Trata-se de uma ciência inexata, em que quase todas as determinações dependem do olhar de quem interpreta. É, mas pra quem bate uma “pelada”, não existe lei. Melhor dizendo, praticamente uma única: dez minutos ou dois gols.

Assim como tudo na vida.

Eu explico. Toda pelada tem um time de fora, esperando sua vez de pisar a grama – essa, nem sempre verde. Ele torce para que saiam logo os dois gols e tem a prerrogativa dos dez minutos esgotados. Nossos objetivos também trombam, cedo ou tarde, com alguma parede imposta por nós mesmos. Ela é o tempo, a paciência ou outra coisa qualquer. E lá vem o time de fora, que entra fresco, cheio de gás, haja o que houver. Quando se atinge a parede, é hora de interromper, dar um tempo. Isso não veta o posterior recomeço, mas aí é uma outra história. É uma outra pelada – ou “baba”, como se diz na Bahia.


Assim como os mecanismos legais do país são subordinados à Constituição, nossos propósitos pessoais também seguem uma Carta Magna, que define o destino. As regras do jogo da vida são muito mais de dezessete. Todas elas, no fim das contas, dependem da Carta do Destino. São dois gols ou dez minutos. Ou a moça encontra o príncipe encantado, ou se casa aos trinta e cinco anos, com um plebeu. Se a feijoada não fica pronta, você come um pão de queijo no caminho. Se ela não me levar a sério, eu volto pra sacanagem. Ou eu passo num concurso para jornalista, ou tiro férias para ver a Copa.

Falando nisso, vai começar a Copa.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Que time é teu? - Parte IV

Um dos caçulas entre os clubes profissionais do Brasil, o Ipatinga já chegou a frequentar a elite do Futebol nacional, além de ter beliscado uma vaga na Libertadores, quando chegou à semifinal da Copa do Brasil, em 2006. Um de seus torcedores fervorosos é o jornalista Maicou Oliveira, que acompanhou bem de perto todos os passos do time, desde sua fundação em 1998.

Ele montou uma equipe com os atletas que, na sua opinião, melhor representaram as quatros cores do Tigre de Aço ao longo de toda a breve história do time. O ídolo Walter Minhoca, que retornou ao clube este ano, é um dos destaques. Embora não tenham sido escalados, o goleiro Rodrigo Posso, o lateral Luizinho, o atacante Alessandro e o meia Gérson Magrão receberam uma menção de honra por parte do fiel torcedor. Todos estes desportistas já passaram por clubes de ponta do país. Maicou delegaria a Ney Franco o comando de seu Dream Team

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Tudo sob controle

Hoje deu pra ver a cara do esquadrão que representará no Mundial, sem exageros, os anseios de uma nação. Para os donos da casa, um evento de gala. Tanto que a amarelinha ficou para eles. Por sinal, esteticamente bem mais apropriada do que a nossa azul, que, salvo engano, tinha umas bolinhas amarelas.

Se a seleção canarinho não está repleta de gênios da bola como em outrora, dessa vez também não há supostos cachaceiros, celebridades displicentes, gente acima do peso. Inevitável não sentir falta da expectativa quanto ao suplente que iria incendiar a partida. Juninho Paulista, Juninho Pernambucano, Edílson Capetinha. E o maior incendiário de todos: Denílson. Por falar em saudade, não temos mais aquela cirúrgica inversão de bola que o Roberto Carlos fazia. Qualquer que fosse o efeito da esférica, o endereço era o pé do companheiro, na extremidade oposta da arena. E a decorrente sensação de que se estava diante da mais espetacular Seleção do planeta. Mais marcante, no entanto, é não ver esporadicamente o sorriso do Show Man. Isso sim, emociona. Mas o país há de se acostumar.

Os reservas entraram bem. Três a zero. Se fosse menos, seria decepção, afinal, era o Zimbábue. Mais do que três, surpreendente, pelo ritmo de treino. Tudo sob controle, – ou – manteve-se a “coerência”.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Que time é teu? - Parte III

A mais recente legião de craques apresentada pelo FWC é de autoria do cientista da computação Rafael Vasconcellos, nascido em 1984. Torcedor fanático do Palmeiras, ele montou o time dos seus sonhos baseado no elenco galáctico da Parmalat, bicampeão brasileiro em 93 e 94. Uma notável exceção, como bem lembrado pelo autor, é o lateral Cafu, capitão do Penta pela Seleção Brasileira, desbancado pelo paraguaio Arce neste esquema. Djalminha e Zinho seriam os reservas de luxo, conforme destacou o palmeirense.


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